Formando discípulos | 10
- Isadora Mendonça

- Dec 6, 2022
- 5 min read
Manual de instrução
Texto Base: Mateus 10:5-8
Quem já comprou um celular ou uma televisão novinha e não sabia as funções disponíveis para serem usadas?
Muitos já foram constrangidos ao ver alguém usando uma função do celular igual ao seu ou da sua própria TV e descobriram que estavam utilizando da maneira errada. Isso é mais comum do que imaginamos. Mas não precisa ser assim. Para tudo que adquirimos, tem um manual. Tudo o que adquirimos tem um modo de ser usado. Um carro 0KM, novo, com plástico, vem junto com um manual de instruções. Não adianta ser novo, ter muitas funções se não soubermos o que deve ser feito. Jesus também nos deu um manual de instruções: a Bíblia.
E a Bíblia nos conta que quando Jesus enviou os 12 apóstolos também os deu um manual. Hoje, nós que somos discípulos de Cristo veremos as instruções de Cristo a seguir:
1ª instrução – Siga na direção correta – “...Não ireis pelo caminho dos gentios...” (v. 5, 6)
Um dos maiores perigos do discípulo é desligar o GPS (Bíblia) para seguir seus próprios desejos e planos. Precisamos seguir na direção dos planos de Deus para cada um de nós, e para isso, precisamos abrir o GPS (Bíblia) para conhecer a Cristo. Ele é o caminho para a vontade de Deus (Hebreus 1:1-4). Não é apenas sair do lugar que estamos para fazer alguma obra para Deus, mas é seguir em direção ao cumprimento do chamado (Filipenses 3:13, 14). Podemos estar indo a muitos lugares e fazendo muitas coisas em nome de Deus, sem estar fazendo a vontade de Deus (Mateus 7:22, 23).
2ª instrução – Pregue o evangelho – “Por onde forem, pregue essa mensagem: ‘O Reino dos céus está próximo’” (v. 7)
Evangelho não é autoajuda, é ajuda do alto. Podemos falar de muitas coisas boas que podem acontecer na vida de quem se torna um discípulo, mas não podemos prometer o que a Bíblia não promete. Não somos políticos que fazem promessas e não cumprem, somos embaixadores que representamos o Reino de Deus e devemos pregar a mensagem do Reino, pregar Jesus, pregar o evangelho (1ª Coríntios 1:17-24). Devemos falar de sua vida, mas principalmente de sua morte, ressurreição e ascensão. O evangelho é Boa Nova.
3ª instrução – Manifeste o Reino – “Curem os enfermos, ressuscitem os mortos, purifiquem os leprosos, expulsem os demônios.” (v. 8a)
Quando você tira uma cópia, vai ao cartório e autentica a cópia para provar sua semelhança ao original. É exatamente isso que Deus faz conosco. Os sinais (curar enfermos, expulsar demônios...) é um selo de autenticação da mensagem e do mensageiro do Reino. Quando as pessoas verem Deus agindo através de você, saberão imediatamente que você é um(a) mensageiro(a) do Reino (Marcos 16:17, 18). A unção e a capacitação do Espírito Santo já foram liberada sobre nós (1ª Timóteo 1:7).
4ª instrução – Não cobre pela Graça – “Vocês receberam de graça, deem de graça.” (v. 8b)
A graça não pode ser um fim em nós, ela precisa ser o meio pelo qual os outros que não conhecem a Deus serão tocados. Temos que ser como a canção Sonda-me de Aline Barros: “Como um farol que brilha à noite. Como ponte sobre as águas. Como abrigo no deserto. Como flecha que acerta o alvo...”
FAROL: Precisamos iluminar aqueles que estão em trevas e não usar a luz do Evangelho para nosso próprio benefício.
PONTE: Precisamos facilitar o acesso de quem ainda não foi alcançado pela graça. A ponte não existe para si mesma, mas existe como um meio para outros passarem.
ABRIGO: Precisamos estar dispostos a sentir o frio na pele, os grãos de areia sobre nosso corpo suado, o sol sobre a cabeça para que outros se sintam protegidos.
FLECHA: Precisamos ser o meio para que os “flecheiros” possam acertar o alvo.
5ª instrução – Confie no provedor – “Não levem ouro, nem prata, nem cobre em seus cintos, não levem saco de viagem, nem túnica extra, nem sandálias, nem bordão...” (v. 9, 10)
Quem sai para uma viagem e não leva dinheiro para a passagem, pedágio, gasolina ou para aquele lanche? Seria desatenção, seria muita falta de planejamento. Mas não para os discípulos de Cristo. Nós somos desafiados a confiar em Deus como nosso provedor. Não é o nosso dinheiro, nosso trabalho ou nossos bens que nos sustentam. É Deus. É sempre Ele. O Jeová Jiréh cuida de nós (Salmo 23:1). Não confie no dinheiro (Mateus 6:19-21, 24-33), confie em Deus, Ele te sustenta.
6ª instrução – Seja humilde – “Na cidade ou povoado em que entrarem, procurem alguém digno de recebê-los, e fiquem em sua casa até partirem.” (v. 11)
Uma das maiores virtudes que Cristo nos ensinou é a humildade. Por mais simples que fosse uma casa, se ela fosse hospitaleira, os discípulos deveriam ficar ali. Não imponha barreiras para pregar o evangelho. Se alguém parou para te ouvir, abriu a porta para você, não importa quem ela seja, ou quão simples ou humilde ela seja, aceite o que for oferecido e honre a Cristo ao ser grato pelo que for oferecido (Fp 2:3-8). O mais importante é quem essa pessoa se tornará após você compartilhar o evangelho e sua vida ser transformada. Dê um aperto de mão, abrace, entre na casa. Não faça acepção de pessoas porque Cristo não fez acepção ao escolher você.
7ª instrução – Seja gentil – “Ao entrarem na casa, saúdem-na.” (v. 12)
Já viu aquele crente que não fala com ninguém, vive de “cara fechada”, e sempre é seco e direto com as pessoas? Talvez você se identifique. Quem sabe você não é assim. Mas saiba que essa atitude não colabora para a propagação do evangelho. E você pode argumentar: “Mas sou tímido(a)” ou “Esse é meu jeito!”. Ou ainda: “Tenho um temperamento forte!”
Isso não é desculpa para um(a) discípulo(a) de Cristo. Seja simpático, receptivo. Seja como Jesus!
Você não precisa rir pra todo mundo, nem ser quem você não é, mas deve ser cordial, amável, educado(a), alguém que as pessoas tenham o desejo de se aproximar (Gálatas 5:22; 2ª Timóteo 2:4), para que você use essa oportunidade para Pregar o evangelho. Dê “Bom dia”, diga “Obrigado”, peça “Por favor”. Você será mais parecido(a) com Cristo se agir assim.
8ª instrução – Aproveite as portas abertas e não force as fechadas – “Se a casa for digna, que a paz de vocês repouse sobre ela; se não for, que a paz retorne para vocês. Se alguém não os receber nem ouvir suas palavras, sacudam a poeira dos pés quando saírem daquela casa ou cidade.” (v. 13, 14)
Conclusão
Assim como fomos alcançados, devemos ser usados para que outros também sejam alcançados pela graça do Evangelho. Não faça da obra de Deus uma fonte de lucro pessoal.
O Salmo 1º inicia dizendo que não devemos nos “assentar na roda dos escarnecedores”. Escarnecedores são aqueles que rejeitam deliberadamente o evangelho, e ainda zombam dele. Não devemos nos manter próximos de pessoas e lugares que repudiam a Santa Palavra de Deus. A hospitalidade é um sinal de quem está desejoso por receber o evangelho. Se não recebem os discípulos de Cristo, não recebem o próprio Cristo. Devemos nos afastar e entregá-los a Cristo.
Autor: Pr Jessé Junior

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